Ushuaia,
terça-feira, 26 de agosto de 2014 (16° dia).
Estava frio, mas víamos mais gelo do que neve aquele
dia. Segundo os locais, eles estavam tendo um inverno atípico, com pouquíssima
neve. E, nessas condições, a chance de tomar um belíssimo “estabaco” cresce
bastante (Cuidado com o que calça em Ushuaia no inverno!).
Depois de conhecermos a congelada cachoeira Macarena
e o Cemitério de Árvores no trajeto do Trem do Fim do Mundo, descemos na
Estação Terra do Fogo no início do Parque Nacional. Lembrando que pegar o trem
é opcional, pode-se chegar à entrada do parque de carro.
O Parque Nacional Terra do Fogo foi fundado em 1960 e é uma região de bosques
patagônicos habitada há milhares de anos pelo homem. Ali viveram, até fins do
século XIX, cerca de 3.000 yámanas. A população indígena foi drasticamente
reduzida com a chegada dos colonizadores: em 1910, lamentavelmente, não passavam
de uma centena. Doenças levadas pelos criollos
e primeiros europeus, combinadas com a ação agressiva de colonos e “lobeiros”
que buscavam a exploração exclusiva dos recursos naturais da região, foram as
prováveis causas do desaparecimento dos yámanas.
A primeira atração que visitamos no parque foi o
espetacular Lago Roca (ou Acigami). O dia estava ensolarado e o azul do
céu refletia naquele magnífico espelho gigante rodeado por montanhas nevadas
que é o lago.
Nessa primeira parada, a guia aproveitou para mostrar
no mapa o que ainda conheceríamos naquele dia e para passar informações sobre a
região.
Em seguida, nos dirigimos para o Centro de Visitantes
Alakush. Esse centro é ótimo
para tirar fotos, uma vez que conta com vistas incríveis para o lago e as
montanhas. Quem quiser, pode aproveitar para ir ao banheiro, comprar
souvenires, tomar um chocolate quente fueguino ou conhecer um pouco da história
local na mostra cultural. Vale uma passada rápida.
A Bahía Lapataia era o destino final desse tour. A estrada estava
enlameada pelo derretimento de gelo e tivemos que nos esforçar um pouco para
tirar fotos na entrada. Objeto de disputa entre argentinos e chilenos em 1971,
essa baía é uma das muitas fronteiras entre os dois países e conta com alguns
sítios arqueológicos que tentam preservar a herança yámana. A baía pode ser
acessada também por barco através do Puerto Arias
Andarilho