Majestosa ponte em arco medieval sobre o Rio Arno, a Ponte Vecchio é considerada o monumento mais antigo de Florença. Sua origem remonta à Roma Antiga e acredita-se que tenha sido inicialmente construída em madeira. A ponte atual, reconstruída em 1345 após uma grande cheia em 1333, exibe a visão arquitetônica de Neri do Fioravante ou Taddeo Gaddi, segundo Vasari. Consistindo em três arcos, sendo o maior com 30 metros de diâmetro, a ponte é um testemunho de períodos históricos distintos.
O século XVI testemunhou uma transformação marcante quando Fernando I de Medici concedeu aos ourives o privilégio de ali instalarem as suas lojas, substituindo os tradicionais açougues (considerados pelos membros da poderosa família como malcheirosos). Ainda hoje, a Ponte Vecchio é famosa por suas lojas, principalmente ourivesarias e joalherias, ao longo de todo o seu percurso.
Na metade poente, destaca-se um busto de bronze do escultor florentino Benvenuto Cellini, obra de Raffaello Romanelli. O Corredor Vasari, engenhosamente projetado por Giorgio Vasari, atravessa a ala esquerda de lojas, conectando o Palazzo Vecchio ao Palazzo Pitti. Durante a Segunda Guerra Mundial, a ponte foi notavelmente poupada pelos alemães, especula-se que por uma ordem direta de Hitler.
A Ponte Vecchio não é apenas um ícone histórico, é também palco de tradições. Diz-se que a palavra “bancarrota” teve origem aqui, relacionada à prática de mercadores endividados terem a mesa (banco) quebrada (rotto) por soldados. A ponte foi imortalizada na ópera "Gianni Schicchi" de Giacomo Puccini, na famosa ária "O Mio Babbino Caro". Para os românticos, a tradição de colocar cadeados na ponte (especialmente no gradeamento em torno do busto de Cellini) e lançar a chave no rio, símbolo de amor eterno, pode resultar em uma multa, mas certamente é uma expressão de amor à moda florentina. A Ponte Vecchio não é apenas uma obra de engenharia, mas um testemunho vivo de séculos de história, cultura e e diferentes tradições.
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